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Rio de Janeiro,04/09/2025

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Mulheres relatam traumas após o parto e violência obstétrica no RJ

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Mulheres relatam traumas após o parto e violência obstétrica no RJ

Mulheres do estado do Rio de Janeiro sofrem com problemas psicológicos após o parto e relatam terem sido vítimas de violência obstétrica. É o que aponta o estudo “Nascer no Brasil 2 - Retratos do Parto e Nascimento no Estado do Rio de Janeiro”, lançado nesta quarta-feira (3) pela Fiocruz. A pesquisa traz informações exclusivas sobre o perfil das puérperas, características das maternidades, adequação ao pré-natal, amamentação e saúde mental materna, além de taxas de cesarianas, partos vaginais, boas práticas e violência obstétrica.



De acordo com o estudo, 18% das mulheres entrevistadas apresentaram sintomas de depressão, 16% de ansiedade e 8% de estresse pós-traumático associado ao parto. E, aproximadamente dois terços delas, relataram ter sofrido pelo menos um tipo das violências investigadas, sendo elas toques vaginais inadequados, negligência, abuso psicológico, estigma e discriminação e abuso físico. Toques inadequados foram os mais relatados, em 46% dos casos.



A pesquisa envolveu 29 maternidades públicas e privadas localizadas em 18 municípios fluminenses. Foram entrevistadas 1.923 mulheres durante a internação para o parto ou por perda fetal, entre 2021 e 2023.



Maria do Carmo Leal, pesquisadora da Fiocruz e coordenadora do levantamento, explica o que são os toques vaginais inadequados.




“É a mulher ter sido tocada, feito o toque vaginal, sem que explicasse a ela porque que era necessário fazer aquilo, porque é recomendado que se faça pouco hoje, não acrescenta muito fazer toques vaginais como antigamente se fazia. Não pediram permissão para fazer o toque e também não foi feito de forma privada, ela se sentiu exposta”.




Ela também fala sobre outro abuso apontado, o psicológico.



“Atos de abusos psicológicos, o que está se chamando isso, o que aparece como mais frequente? Repreender a mulher, passar um pito nela, dar uma bronca nela, ou resmungar com ela”.



Maria do Carmo Leal chama a atenção, ainda, para os elevados números de problemas psíquicos apontados.



“Não é pouco. É um quarto das mulheres referindo sofrimento psíquico no momento do parto”.



Também foram observadas disparidades relacionadas ao estigma e discriminação, de acordo com algumas características, como cor de pele preta e mulheres sem companheiro.



Os dados apontam que as taxas de cesarianas continuam altas, conforme constatou a primeira edição do estudo, sendo mais frequentes nos municípios do interior e no setor privado, principalmente as realizadas antes do trabalho de parto.



O estudo tem apoio do Ministério da Saúde, do CNPq, da Faperj e do Fundo Newton e faz parte das celebrações dos 125 anos da Fiocruz e dos 71 anos da Escola Nacional de Saúde Pública.


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