Terceiro tipo mais frequente de câncer e também responsável pela terceira maior causa de morte entre homens e mulheres no Brasil, o câncer colorretal, ou de intestino, ganhou mais evidência quando a cantora Preta Gil anunciou, em 2023, que estava com a doença. Foram dois anos de tratamento, até que a artista não resistiu e morreu no último domingo (20).

Por isso é bom ficar atento ao funcionamento do seu intestino. Se tiver sintomas como intestino preso ou solto demais, presenciar sangue nas fezes, dor frequente no abdômen ou perda de peso sem motivo, procure um médico.

Mas, de acordo com o coloproctologista Danilo Munhoz, o câncer colorretal pode chegar sem sintomas. As formas mais eficazes de descobrir a doença são os exames de colonoscopia e o de sangue oculto nas fezes. Ele também lembrou que a doença pode ter um fator genético ou estar ligada aos hábitos de vida.

“A grande maioria dos casos a gente considera de forma esporádica, ou seja, não está ligada diretamente à hereditariedade e pode ser influenciada por fatores como dieta pobre em fibra e rica em carnes processadas, sedentarismo, tabagismo, obesidade e consumo excessivo de álcool. Ou seja, o estilo de vida saudável é uma ferramenta poderosa de prevenção”. 

O especialista explicou que a colonoscopia é o principal exame para rastrear, diagnosticar e até prevenir o câncer de intestino.

“A recomendação padrão é que todas as pessoas comecem a realizar o exame aos 45 anos, mesmo sem sintomas. E quem tem histórico familiar de câncer colorretal ou doenças como as inflamatórias intestinais, essa avaliação deve começar ainda mais cedo: 10 anos antes da idade em que o familiar foi diagnosticado. Nós médicos vamos avaliar toda a mucosa do intestino grosso e do reto. Caso a gente encontre pólipos, que são lesões benignas que podem evoluir para câncer ao longo da vida, estes são removidos na hora do exame, o que o torna, também, um ato de prevenção”.

Estudos do Instituto Nacional do Câncer mostram que, quando detectados precocemente, os pólipos intestinais podem ser retirados e, com o tratamento adequado, a taxa de sobrevida em cinco anos pode chegar a 90%, reduzindo significativamente a mortalidade.