Brasil volta a criticar violações de direitos humanos na Palestina

O governo brasileiro publicou nova nota contra violações sistemáticas de direitos humanos na Palestina. O Ministério das Relações Exteriores expressou profunda indignação diante dos recorrentes episódios de violência contra a população civil no Estado da Palestina, não se restringindo à Faixa de Gaza e se estendendo à Cisjordânia.
Segundo a nota, a comunidade internacional segue testemunhando as graves violações de direitos humanos e humanitários com os ataques de Israel à infraestrutura civil, inclusive a locais religiosos, e às instalações das Nações Unidas. O Brasil destaca a violência indiscriminada e o vandalismo por colonos extremistas na Cisjordânia, como o incêndio de uma igreja em ruínas e de um cemitério bizantino.
O Itamaraty reforça ainda que os massacres de civis, grande parte mulheres e crianças, se tornaram cotidianos durante a entrega de ajuda humanitária em Gaza, com utilização da fome com arma de guerra. Para o governo brasileiro, os horrores se somam às contínuas violações do direito internacional, com anexação de território pela força por Israel e a expansão de assentamentos ilegais.
Não há mais espaço para ambiguidade moral
O Brasil considera que não há mais espaço para ambiguidade moral nem omissão política e diz que a impunidade mina a legalidade internacional e compromete a credibilidade do sistema multilateral.
O país conclama a comunidade internacional a não permanecer mais inerte diante das atrocidades em curso contra os palestinos.
O governo brasileiro anunciou ainda que está em fase final para fazer parte do processo em curso na Corte Internacional de Justiça, em ação proposta pela África do Sul que considera crime de genocídio a ação de Israel.
Mais de 100 grupos internacionais de direitos humanos pediram, nesta quarta-feira (23), que os governos tomem medidas contra a fome que se espalha em Gaza, inclusive com cessar-fogo imediato e fim de todas as restrições de ajuda humanitária no território palestino. As entidades denunciam o cerco do governo de Israel à população de Gaza e aos trabalhadores humanitários, que correm risco de serem baleados apenas por estarem nas filas de alimentos. Ainda advertem que os suprimentos de ajuda humanitária estão esgotados.
Segundo as organizações internacionais, mais de 800 pessoas foram mortas nas últimas semanas tentando obter alimentos, a maioria por soldados israelenses que provocaram tiroteios em massa.
A reportagem entrou em contato com a Embaixada de Israel no Brasil, mas ainda não obteve retorno.
3:00
COMENTÁRIOS