Mortes violentas atingem mais os jovens, mostra estudo da Fiocruz

Os jovens são as maiores vítimas da violência e de acidentes no Brasil, conforme um estudo divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A pesquisa usa dados do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2022 e 2023, para determinar a incidência de violência e a taxa de mortalidade na população de 15 a 29 anos.
De acordo com o levantamento, 65% dos óbitos nessa faixa etária resultam das chamadas causas externas, como assassinatos e acidentes. Essa é uma realidade que acontece tanto nas regiões metropolitanas como em cidades do interior.
O aspecto racial também ganha destaque, com os jovens negros representando mais da metade das vítimas. A diferença é ainda mais acentuada na faixa dos 15 aos 19 anos. As taxas de mortalidade por causas externas para negros são praticamente o dobro das taxas para brancos e amarelos.
A pesquisa também indicou que mulheres são as mais assassinadas dentro de casa, representando 35% das ocorrências. Outro ponto que chamou a atenção dos pesquisadores é a violência contra jovens com deficiência: mais de 20% das notificações registradas pelo SUS. Na população geral, o percentual é de 17,6% do total. Os tipos de deficiências mais vitimadas foram relacionados à saúde mental.
Outra causa de morte que pesa mais na juventude é a intervenção legal, ou seja, a ação da polícia, que resulta em 3% dos óbitos por causas externas.
O levantamento ainda indicou que o maior risco de morte por violência e acidentes na juventude ocorre nos estados do Nordeste e do Norte. As Unidades da Federação com as maiores taxas de violência por cem mil habitantes na juventude são o Distrito Federal, seguido do Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Roraima.
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