O Brasil tem potencial para ganhar cerca de 2,5 mil km de novas redes de transporte público coletivo de média e alta capacidade até 2054. Essa projeção faz parte do último Boletim Informativo do Estudo Nacional de Mobilidade Urbana, que prevê a expansão de metrôs, VLTs, BRTs e corredores exclusivos de ônibus. 

Realizado pelo Ministério das Cidades em parceria com o BNDES, o boletim espera melhorar a mobilidade em 21 maiores regiões metropolitanas do país, como Campinas, em São Paulo; Fortaleza, no Ceará; Manaus, no Amazonas e o Distrito Federal. Foram utilizados para análise 400 projetos nessa área. 

De acordo com o estudo, 80% das regiões analisadas podem alcançar, no futuro, ao menos 30% da população que mora em até 1 km de distância de estações de transporte público. Já em outras sete regiões, o índice pode passar de 40%. Hoje, a média é de 13%.

O pesquisador em mobilidade urbana, Rafael Calabria, afirma que a projeção é importante e necessária para a melhoria dos meios de transporte, que ainda é precária. Porém, segundo Calabria, é preciso tirar os projetos do papel.

“O projeto é importante, e ele evidencia o que a população já vê na cidade, que falta muita infraestrutura de metrô, de corredores de ônibus. Agora, o desafio é conseguir depois tirar do papel esses projetos. E o que a gente tem visto no Brasil ainda é que as prefeituras e os estados, eles têm uma timidez de investir, porque o transporte coletivo não é lucrativo, tem um custo, muito pouco avanço e o desafio é superar essa falta de investimento público no projeto que é necessário na cidade.”

Segundo o Ministério das Cidades, os próximos meses vão ser dedicados ao detalhamento técnico e financeiro de cerca de 200 projetos para orientar as prioridades de investimento nessas regiões metropolitanas.  

*Com supervisão de Sheily Noleto