Andre Luiz Santiago Eleuterio
Como o narcisismo destrói relacionamentos: reflexões de André Luiz Santiago Eleutério
Entenda como o narcisismo destrói relações e como romper esse ciclo
Você já sentiu que estava num relacionamento onde tudo começou com intensidade e carinho, mas de repente virou frieza e confusão? Já se pegou duvidando de si mesmo, tentando entender o que fez de errado, enquanto se esforçava cada vez mais por alguém que te dava cada vez menos?
Esse texto é pra você.
Existe uma prática emocional muito comum em relações com pessoas narcisistas: o famoso “puxa-empurra”. Funciona como um ciclo de elogios e desprezo, de presença e sumiço, de afeto e rejeição. E quem sofre isso, muitas vezes nem percebe. Vai se perdendo aos poucos, achando que o problema é falta de esforço, de paciência, de amor. Mas a verdade é que não é você o problema.
O narcisista é sedutor no início. Encanta, envolve, se mostra intenso, presente. Você acredita que encontrou alguém que te vê de verdade. Mas essa fase dura pouco. Logo depois, vem a frieza, o distanciamento, o silêncio. E aí você tenta consertar o que nem está quebrado. E começa a se culpar.
Essa oscilação emocional o “puxa e empurra” é uma das técnicas mais cruéis que o narcisista usa. Ele sabe exatamente como tirar e devolver o afeto na hora certa, como se fosse um prêmio. É uma maneira de manter o outro preso, confuso e emocionalmente dependente.
E por que isso acontece?
Porque o narcisista não ama como as outras pessoas. Ele ama o controle.
Ele ama se sentir no comando das suas emoções. O que ele mais teme é perder o poder sobre como você se sente. Por isso, nunca entrega tudo. Dá só o suficiente para você ficar. Mas nunca o bastante para você se sentir seguro(a).
Esse ciclo desgasta. Corrói. Faz a autoestima desaparecer. Você para de reconhecer quem era antes. Vive tentando adivinhar o humor do outro. Anda pisando em ovos. Fica com medo de errar, de falar, de existir. E aí, no meio de tudo isso, ainda acha que é amor.
Mas amor que machuca não é amor. Amor que some, que manipula, que brinca com os seus sentimentos… isso é abuso emocional. E é mais comum do que parece. Tem muita gente sorrindo por fora e sangrando por dentro, tentando sobreviver a um relacionamento que já acabou há muito tempo — só que ainda prende pela culpa, pela dependência, pelo medo de ficar sozinho(a).
A boa notícia? Dá pra sair disso.
O primeiro passo é reconhecer. Entender que isso tem nome. Que não é você que está exagerando. Que essa montanha-russa emocional é um padrão narcisista de comportamento.
Depois, buscar apoio. Conversar com alguém de confiança. Procurar informação. Entender que você não está só. Que outras pessoas já passaram por isso — e se libertaram.
O terceiro passo é impor limites. Aprender a dizer “não”. Se afastar, se for preciso. Cortar o contato, bloquear, desaparecer da vida de quem só aparece quando quer te confundir.
E, por fim, cuidar de si. Reaprender a gostar da sua própria companhia. Redescobrir quem você é. Voltar a fazer o que te faz bem. Voltar a viver sem medo.
Você não merece amor pela metade. Você não merece um relacionamento onde o carinho vem com prazo de validade. Você não está aqui pra ser dominado(a) emocionalmente por ninguém.
E lembre-se: o verdadeiro amor não machuca, não some, não testa, não manipula.
O verdadeiro amor acolhe. E você merece isso.
André Luiz Santiago Eleuterio
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