MST denuncia tentativa de despejo de ocupação no RJ por parte de PM



A propriedade fica próximo ao distrito de Travessão e, segundo o MST, pertence ao Grupo Othon – o mesmo que possui rede de hotéis – e estaria arrendada para uma cooperativa de produção de açúcar. Na localidade funcionavam as usinas açucareiras Cupim e Barcelos, antes de serem arrendadas. O MST alega que a terra é improdutiva e pede a aceleração de um processo de reforma agrária.
Notícias relacionadas:
- MST ocupa Superintendência do Incra em São Paulo.
- Feira do MST em SP permite passeio por histórias do Brasil e do mundo.
- Militantes do MST são atropelados durante ato no Recife.
“A polícia, a todo momento, está nos tensionando querendo fazer o nosso despejo com base no interdito proibitório. Só com base no interdito, porque os proprietários não se manifestaram ainda e não pediram reintegração de posse”, explicou.
Interdito proibitório é um tipo de ação que tem por objetivo evitar que o detentor da posse de um bem tenha esse direito ameaçado.
>> Siga o perfil da Agência Brasil no Instagram
À Agência Brasil, a PM informou que agentes do serviço de inteligência do 8º Batalhão de Polícia Militar (BPM) receberam informações sobre uma invasão irregular de imóveis das fazendas Santa Luzia e São Cristóvão. "Após diálogo, os ocupantes se retiraram de forma voluntária sem necessidade de uso da força", diz a corporação. Ainda segundo a instituição, o policiamento permanece intensificado.
Semana de mobilização
A ocupação da fazenda no norte fluminense faz parte da Jornada Nacional da Semana Camponesa, que acontece essa semana para marcar o Dia Internacional da Agricultura Familiar, celebrado na sexta-feira (25).
Como o lema Para o Brasil alimentar, Reforma Agrária Popular!, os sem-terra pressionam o governo federal por avanços na política de desapropriação de fazendas improdutivas que não cumprem a função social da terra, prevista no artigo 184 da Constituição Federal.
Na quarta-feira (23), o MST realizou atos em 22 capitais do país. Em São Paulo, houve ocupação da sede da Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Assentamentos
No ano passado, o governo lançou o programa Terra da Gente, com o objetivo de acelerar a reforma agrária e estruturar assentamentos em todo o país. Desde 2023, o governo federal destinou mais de 17 mil lotes em assentamentos tradicionais. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, até o fim de 2025, serão 30 mil famílias assentadas em novos lotes e outras 30 mil até o fim de 2026.
*Matéria alterada às 16h30min. para acréscimo de informações.
COMENTÁRIOS