Situação análoga à escravidão: 112 trabalhadores são resgatados na PB

Cento e doze trabalhadores em condições semelhantes à escravidão foram resgatados pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel, na Paraíba. As vítimas estavam em alojamentos precários, insalubres, sem comida suficiente e muitos deles dormiam no chão. As informações são do Ministério Público do Trabalho.
Era tanta gente em condições precárias de trabalho, que a ação de resgate durou quase 10 dias. Desta vez, mais de 100 trabalhadores estavam em obras de construção de edifícios, de oito empresas, em João Pessoa e Cabedelo, na Paraíba. Eles são de pelo menos 20 municípios do interior paraibano, e dos estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro.
Somente este ano, na Paraíba, já foram resgatados do trabalho semelhante ao de escravo 225 pessoas. Isso é mais de quatro vezes o total encontrado no ano passado. 94% estão relacionados à construção civil.
Os alojamentos - que ficavam dentro da obra - não tinham ventilação. Cada trabalhador tinha que comprar o próprio ventilador. Alguns nem tinham banheiro.
Segundo a procuradora do Trabalho, Laura Valença, a ideia de "escravidão contemporânea" se confunde não apenas com a privação de liberdade, seja por retenção de documento, ou servidão por dívida. Mas também condições degradantes que ferem a "dignidade do trabalhador”.
As oito empresas foram notificadas e fizeram o afastamento dos trabalhadores. Cinco delas firmaram o TAC (Termo de Ajuste de Conduta) e pagarão por danos morais coletivos e individuais. Pelo menos R$ 700 mil foram pagos inicialmente. Já as três empresas que não firmaram o TAC serão encaminhadas para Justiça.
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