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Rio de Janeiro,15/07/2025

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Pesquisador cria guia que classifica locais de venda de alimentos

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Pesquisador cria guia que classifica locais de venda de alimentos

Toda semana, a aposentada Maria Tenório, moradora de Brasília, vai a feiras itinerantes montadas na Asa Norte em busca de alimentos frescos como frutas e verduras. Outros produtos básicos da alimentação ela reserva para comprar em supermercados da cidade.



“Na feira eu vou em sempre em busca de legumes, verduras, frutas... Como uma boa nordestina que sou, nascida na roça, vou atrás de milho verde, de castanhas, de tipos diferentes de feijão - muitas das vezes eu consigo até feijão verde. São coisas que no supermercado normalmente você não encontra fresquinha, né? No supermercado eu vou à procura de alimentos básicos mesmo: feijão, arroz, café, açúcar, óleo, azeite.”



Grupos alimentares



Assim como Maria Tenório, muitos brasileiros levam em conta o tipo de alimentos que procuram antes de escolher um estabelecimento comercial para ir às compras. Sejam produtos in natura como arroz, feijão frutas e legumes, sejam ingredientes culinários como azeite, óleo de soja, sal e açúcar.



Há ainda outros dois grupos de alimentos, segundo o guia alimentar da população brasileira, os processados e ultraprocessados, como explica Marcos Anderson da Silva, doutorando em nutrição na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP).



“Depois tem um grupo de alimentos processados, que é basicamente a junção do grupo de in natura com os ingredientes, com o objetivo de aumentar a durabilidade dos alimentos. A gente tem como exemplo o queijo, o pão. E por último, tem o grupo de alimentos ultraprocessados, que eles não têm quase nada ou nenhum resquício de alimentos in natura. São basicamente substâncias que usa corante e outras substâncias para formular esses alimentos, como exemplo, refrigerantes, salgadinhos.”



Nova classificação para locais de venda de alimentos



Com base neste guia, Marcos Anderson propôs um novo sistema de classificação de locais de aquisição de alimentos. Essa definição foi pensada pela primeira vez em 2018 pela Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional, um colegiado do governo federal.



Segundo o pesquisador, havia fragilidades na nomenclatura de alguns espaços, principalmente em referência aos supermercados, mercearias e padarias, que foram classificados como mistos, ou seja, que incluem a oferta das quatro categorias de alimentos.



O especialista buscou diferenciar os estabelecimentos pelo tipo de alimentos que eles fornecem e excluir a ideia ampla de locais mistos, como detalha:



“O que a gente observou, por exemplo, na nossa classificação, é que o supermercado ele é tanto fonte de alimento in natura ou minimamente processados e ingredientes culinários, quanto de outra processado. As padarias são fontes de alimentos processados, que são os pães, e também de ultraprocessados e a as mercearias, por exemplo, são fontes de ultraprocessado.”



Mercados são mais acessados pela população brasileira



Segundo dados do IBGE, os supermercados são os distribuidores mais acessados no Brasil, por cerca de 70% da população, seguidos por pequenos mercados, feiras livres e padarias.



Marcos Anderson avalia que a conveniência está por trás desses índices, já que a maior variedade atrai os consumidores. Apesar da comodidade, ele aponta os riscos atrelados à grande oferta de ultraprocessados nesses estabelecimentos.



“Dentro do estabelecimento como o supermercado, você não vê promoções diretamente de alimentos saudáveis. Ele não tem, por exemplo: compre uma banana, e leve duas bananas. Então, o ambiente dentro daquele local, ele, apesar de ser uma fonte de alimentos in natura, ele favorece a aquisição de alimentos ultraprocessados. Fora isso também, a gente vê uma competição direta do supermercado com a feira. A existência do dia de feira dos supermercados é para correr diretamente com as feiras próximas ao supermercado.”



Riscos da ingestão de ultraprocessados



O Ministério da Saúde adverte que os alimentos ultraprocessados são ricos em gorduras, açúcares e sódio. Por conta de sua formulação e apresentação, eles tendem a ser consumidos em excesso e a substituir alimentos in natura ou minimamente processados. A relação entre esses alimentos e as doenças crônicas é direta.



O excesso de açúcar pode estar relacionado ao surgimento do diabetes, o excesso de sal, a hipertensão e o de calorias ao surgimento da obesidade.



* Com produção de Salete Sobreira


4:51




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