Brasil terá alteração climática mesmo cumprindo Acordo de Paris

Todas as regiões brasileiras continuarão a ter alterações nos padrões climáticos, mesmo se as metas do Acordo de Paris forem alcançadas. A conclusão está no Primeiro Relatório Bienal de Transparência do Brasil à Convenção do Clima, divulgado nesta quarta-feira (23). Pelo Acordo de Paris, as nações se comprometeram a limitar o aquecimento global a bem abaixo de 2°C, com esforços para limitar o aumento a 1,5°C.
Foram detectadas 14 ameaças climáticas para as cinco macrorregiões brasileiras diante de cenários de aquecimento médio global de 1,5°C e 2°C.
O objetivo da síntese das informações técnico-científicas sobre as possíveis mudanças no clima no Brasil foi apoiar a elaboração e a consequente implementação do Plano Clima Adaptação, para que os responsáveis por setores e temas identificassem os riscos mais prováveis e pudessem priorizar ações e territórios.
Entre as tendências que apresentam maior grau de certeza de ocorrerem estão: o aumento de temperatura e de ondas de calor em todas as macrorregiões do país, o aumento de chuva anual no Sul e de chuva extrema no Norte, Sudeste e Sul. Além disso, há sinalização de aumento de secas no Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, e de aumento de vento severo nas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul.
Os especialistas destacam que os cenários futuros, que contemplam 1,5°C e 2°C, representam sinalizações de tendência iguais. Contudo a magnitude dos eventos é alterada, considerando gravidade, frequência e intensidade.
Uma das ameaças analisadas e que não é muito abordada envolve o aumento do vento severo. Frequentemente, esse risco está associado a outros eventos climáticos, como tempestades severas, frentes frias intensas e ciclones extratropicais.
Os especialistas reforçam que a síntese gráfica contribui para melhorar a comunicação e tornar os dados mais acessíveis ao público não especialista.
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