Brics condena ataques a instalações nucleares no Irã



"Expressamos profunda preocupação em relação a quaisquer ataques contra instalações nucleares de natureza pacífica realizados em violação ao direito internacional e às resoluções pertinentes da Agência Internacional de Energia Atômica. As salvaguardas, a segurança e a proteção nucleares devem ser sempre respeitadas, inclusive em situações de conflitos armados, a fim de resguardar as pessoas e o meio ambiente contra danos. Nesse contexto, reiteramos nosso apoio a iniciativas diplomáticas que visem abordar desafios regionais", diz a declaração conjunta.
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Os países integrantes do Brics pedem ainda apoio da comunidade internacional para que haja diálogo entre as partes no intuito de construir uma "solução pacífica de controvérsias em benefício de toda a humanidade".
"Diante do aumento das tensões, cujas consequências para a paz e a segurança internacionais, bem como para a economia global, são imprevisíveis, ressaltamos a necessidade urgente de romper o ciclo de violência e restaurar a paz. Conclamamos todas as partes envolvidas a engajarem-se, por meio dos canais de diálogo e diplomáticos existentes, com vistas a desescalar a situação e resolver suas divergências por meios pacíficos", afirmam.
O Brics é formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O bloco inclui ainda Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã e tem mais dez países parceiros: Belarus, Bolívia, Cuba, Cazaquistão, Nigéria, Malásia, Tailândia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã.
Entenda o conflito
O conflito teve início após Israel acusar o Irã de estar próximo de desenvolver uma arma nuclear, e lançar um ataque surpresa contra o país no dia 13 deste mês, expandindo a guerra no Oriente Médio.
No último sábado (21), os Estados Unidos atacaram três usinas nucleares iranianas: Fordow, Natanz e Esfahan.
O Irã afirma que seu programa nuclear é apenas para fins pacíficos e que estava no meio de uma negociação com os Estados Unidos para estabelecer acordos que garantissem o cumprimento do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, do qual é signatário.
No entanto, a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) vinha acusando o Irã de não cumprir todas as suas obrigações, apesar de reconhecer que não tem provas de que o país estaria construindo uma bomba atômica.
O Irã acusa a agência de agir “politicamente motivada” e dirigida pelas potências ocidentais, como EUA, França e Grã-Bretanha, que têm apoiado Israel na guerra contra Teerã.
Em março, o setor de inteligência dos Estados Unidos informou que o Irã não estava construindo armas nucleares, informação que agora é questionada pelo próprio presidente Donald Trump.
Apesar de Israel não aceitar que Teerã tenha armas nucleares, diversas fontes ao longo da história indicaram que o país mantém um amplo programa nuclear secreto desde a década de 1950, tendo desenvolvido pelo menos 90 ogivas atômicas.
Cessar-fogo
Na noite dessa segunda-feira (23), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um cessar-fogo entre Israel e Irã.
No entanto, os dois países continuaram os combates.
O Irã negou ter aceitado os termos do acordo, mas prometeu suspender as hostilidades.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que as forças israelenses removeram a ameaça de aniquilação nuclear e estava determinado a frustrar qualquer tentativa de Teerã de reviver seu programa.
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