Campus Party termina com vivências de arte, inovação e tecnologia



Quem não passou mesmo despercebida em meio a esta diversidade é a comunidade de cosplay [do inglês costume + play], que circula na Campus Party. Os cosplayers se vestem e interpretam personagens de ficção, sobretudo de animes japoneses, mangás, videogames e, também, de séries de filmes.
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Quem entrou na pele do simpático personagem Luffy, da série de mangá One Piece, foi o engenheiro de software Pedro Torreão, 24 anos, morador da capital federal. Apesar de já ter participado de outras edições da Campus Party, é a primeira vez que ele se caracteriza e justifica a ideia por se achar parecido com o anime de cabelos cacheados e porte físico magro.
“Pareço com ele. Pensei, então, eu posso fazer o boneco que eu gosto muito e que é da obra eu me identifico muito”.
O engenheiro conta que a parte mais bacana de estar caracterizado é ser notado por outras pessoas. “A obra do One Piece tem mais de 20 anos, é um dos animes mais famosos. Todo mundo conhece. As crianças gostam, as pessoas mais velhas gostam e pedem para tirar bastante fotos.”
Pelos corredores, há quem exiba criações próprias. Como a Zoe Vieira, de 23 anos, que caprichou na produção do visual. Ela trouxe uma mala de acessórios para acampar nos cinco dias de CPBR17 e até montou um camarim para sua comunidade de cosplayers.
Zoe revela suas inspirações para a montagem dos figurinos. “São de vários jogos de anime. Tem a VTuber [YouTuber Virtual] Gawr Gura. Curto vários outros de anime. Eu também adoro Genshin [Impact], que é um joguinho onde coleto personagens que exploram o mundo aberto e fazem missões. É bem divertido”, garante Zoe.
Just Dance
Embora o foco principal da Campus Party seja tecnologia, ciência e empreendedorismo, diversão e descontração também são pautas das etapas regionais e nacional da Campus Party.
E o jogo Just Dance é um dos mais populares nestes eventos e atraem a atenção de um grande público. As pessoas param para ver duplas e grupos que imitam as coreografias dos dançarinos virtuais de telas de computador. A partir de um sensor que rastreia seus movimentos, é possível constatar quem esteve mais sincronizado com os movimentos online e, consequentemente, conquistou a maior pontuação.
Quem é focado em aperfeiçoar sua performance dança para se tornar profissional é o estudante João Artur, de 16 anos, morador do Guará, no Distrito Federal, que há seis anos é adepto da mania geek. O fã assumido da cantora norte-americana Katty Perry testa sua residência em seguidas músicas de ritmo acelerado. E explica o que lhe move.
“Just Dance é maravilhoso pois, além de me exercitar, é um jogo que tem a parte da competição e é muito bem feito.” Para que outras pessoas pudessem experimentar a sensação de dançar, João Artur abriu espaço para outros iniciantes da brincadeira.
Porém, João Artur lamentou a mudança dos sensores de movimentos após 2022. “Mesmo tendo a última edição de 2022 com câmera, até hoje a gente joga. Agora, você precisa de um telefone para pontuar e dançar com o telefone na mão é horrível.”
Experiências
Outras comunidades de Campus Party são as dos campuseiros interessados em tecnologia que trazem o próprio computador, teclados com luz de LED, cadeiras gamer e grandes monitores e fones de ouvido.
Eles querem aprofundar os conhecimentos em inteligência artificial (IA), criações 3D, configurações e linguagem de programação de computadores e todos os tipos de batalhas virtuais.
O estudante de Ciência da Computação, Arthur José, mudou de domicílio por cinco dias, em Brasília, para acampar no Mané Garrincha. Na bagagem, muitos fios e equipamentos que somam investimentos que ultrapassam R$ 12 mil. Para o jovem, a imersão recompensa o esforço, o tempo gasto e o capital empregado. “Sempre vale a pena. Na madrugada, a gente está aqui, joga junto com o pessoal. Aqui, tem muito conhecimento e diversão. E um mix de tudo. Ao mesmo tempo que eu posso ir ali ver uma palestra, eu posso ficar junto com minha galera”.
O universitário de Ciência da Computação, Matheus Caetano, de 20 anos, trouxe de Goiânia seus equipamentos para jogar virtualmente. “Vim porque este é basicamente o maior evento de tecnologia. Ainda mais depois que a [Campus Party] de São Paulo foi cancelada, o que tornou a etapa de Brasília a nacional.”
Para sustentar a fome nas infinitas horas das noites viradas no camping, Felipe Conrado, de 17 anos, viveu à base de dezenas de potes de macarrão instantâneo, em sua primeira participação no evento de tecnologia. Comida aquecida em aparelhos micro-ondas espalhados pela Campus Party. O estreante se preocupa com o futuro digital sem abandonar o lazer. “Vim aqui mais pela diversão, pelo entretenimento, mas para assistir às palestras, também e adquirir conhecimento”, acrescentou entusiasmado.
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