Andre Luiz Santiago Eleuterio
Ansiedade e o Cansaço de Sentir Profundo Num Mundo Superficial Por André Luiz Santiago Eleutério
Ansiedade e o Cansaço de Sentir Profundo Num Mundo Superficial
Tem dias em que tudo pesa.
Pesa o silêncio.
Pesa a ausência.
Pesa até a presença vazia de quem está perto, mas nunca está com você de verdade.
A gente tenta…
Tenta conversar.
Tenta se abrir.
Tenta mostrar o que sente.
Mas o que volta é pouco, seco, raso.
A resposta que vem é sempre uma palavra curta, um emoji, um “depois a gente fala” que nunca chega.
E a alma vai cansando.
Cansa demais tentar mergulhar em gente que só sabe flutuar.
A gente procura profundidade, mas só encontra superfície.
E isso machuca de um jeito que não dá pra explicar direito.
É como estar num deserto emocional, carregando sede de abraço, fome de verdade, desejo de conexão.
E o que a gente encontra é indiferença.
Gente apressada.
Gente que tem medo de parar, de sentir, de olhar no olho e dizer:
“Tô aqui. Pode desabar.”
Porque, nesse mundo, parece que sentir virou fraqueza.
E se importar virou motivo de piada.
A ansiedade vem daí.
Ela não nasce só de medos ou pensamentos acelerados.
Às vezes, ela vem desse vazio disfarçado de companhia.
Vem de tentar construir pontes com quem só quer levantar muros.
De esperar algo que nunca vem.
De cuidar demais e perceber que ninguém percebeu.
De falar com o coração aberto e ser recebido com indiferença.
Vem da esperança machucada, dia após dia.
O coração vai ficando apertado…
Não por falta de amor,
Mas por excesso de entrega em lugares errados.
É exaustivo ter que se explicar o tempo todo.
Dizer que não é drama, não é exagero, não é carência.
É só vontade de ser visto.
De ser ouvido.
De ser acolhido com verdade.
Vontade de respirar fundo perto de alguém e sentir que não está sozinho nesse caos.
Mas o mundo não tá pronto pra isso.
É um mundo que diz:
“Seja forte”,
Quando o que você precisa é só descansar um pouco.
Um mundo que te manda seguir em frente
Sem nem saber o que você carrega nas costas.
Um mundo que te julga por sentir,
Mas te aplaude quando você finge.
E a gente finge.
Finge que tá bem.
Finge que não dói.
Finge que não sente falta.
Mas, lá dentro, tudo grita.
A ansiedade cresce nesse silêncio fingido.
Cresce cada vez que você engole o choro.
Cada vez que você sorri por fora e se desmancha por dentro.
Cada vez que você sente demais e não tem onde colocar isso tudo.
Mas existe uma saída.
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